Campanha pelo nascimento seguro: dúvidas mais frequentes

Qual a importância do pré-natal para o bebê?
O acompanhamento pré-natal adequado possibilita a identificação de problemas e riscos em tempo oportuno para que medidas preventivas e terapêuticas possam ser instituídas. A entrevista e o exame físico que o obstetra faz com a futura mamãe em cada consulta, bem como os exames laboratoriais e radiológicos são ferramentas importantes para avaliar a saúde materna e fetal. Os exames de ultrassom durante a gravidez oferecem informações importantes sobre a evolução do desenvolvimento fetal e podem identificar eventuais malformações do feto. Esse conhecimento permitirá que sejam prestados cuidados especiais durante a gestação, assim como na assistência ao bebê durante o parto e logo após o nascimento. Exames de sangue podem diagnosticar doenças como sífilis, toxoplasmose, Hepatite B e HIV, que requerem medidas preventivas e/ou tratamento que são fundamentais para a saúde do bebê.

Qual a idade gestacional mais segura para o nascimento?
A necessidade de procedimentos de reanimação é maior quanto menor a idade gestacional e/ou o peso ao nascer. A cesariana, realizada entre 37 e 39 semanas, mesmo que nenhum problema tenha sido identificado na gestação, aumenta a chance do bebê necessitar de ajuda para respirar logo após o nascimento. Além disso, a cesariana eletiva (marcada) é uma importante causa de prematuridade iatrogênica. Para evitar esses problemas, o Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas (ACOG) recomenda que o nascimento eletivo não aconteça antes de 39 semanas de gestação. Quando a opção de nascimento é por cesariana, o ideal é que a gestante entre em trabalho de parto.

Qual a melhor opção: parto hospitalar ou domiciliar?
A realidade brasileira a esse respeito é desconhecida, visto não haver registros oficiais dos partos domiciliares.
Algumas vezes, mesmo que não tenha sido identificado nenhum problema na gestação, nasce um bebê que precisa de manobras de reanimação. É essencial que os pais estejam conscientes de que quando ocorrem emergências no domicílio, o transporte para um hospital é demorado e podem ocorrer situações graves que poderiam ser evitadas se o trabalho de parto tivesse acontecido num hospital, onde estão disponíveis meios de monitorização e intervenção médica imediata.
Um importante estudo publicado em 2010 comparou os resultados dos partos hospitalares e domiciliares, e concluiu que, quando comparado com o parto hospitalar, o parto no domicílio duplica as mortes dos recém-nascidos, sendo que, ao excluir os recém-nascidos com malformações, a mortalidade neonatal praticamente quadriplica (Wax JR et al. Am J Obstet Gynecol 2010; 203: 243).

Optei pelo parto hospitalar, mas gostaria que fosse humanizado. Isso é possível?
Hoje os hospitais públicos e privados adotam o atendimento humanizado ao parto, evitando procedimentos desnecessários e estimulando a inclusão da família no processo do nascimento. Logo após o parto, o bebê é colocado no colo da mãe, em contato pele a pele, o cordão umbilical é clampeado somente 1 a 3 minutos após o nascimento e a amamentação inicia na primeira hora de vida. O bebê saudável é levado, juntamente com sua mãe, para o alojamento conjunto, onde permanece até a alta da maternidade.

Contar com equipe treinada faz diferença para o meu bebê?
Mesmo quando nenhum problema é identificado na gestação, cerca de 1 em cada 10 recém-nascidos necessita ajuda para iniciar a respiração; 1 em cada 100 precisa de intubação traqueal; e 1 a 2 em cada 1.000 requer intubação traqueal e massagem cardíaca e/ou medicações. Vale ressaltar, ainda, que quanto maior a demora em iniciar a reanimação, maior é o risco de lesão cerebral. Por isso, é fundamental que o recém-nascido seja atendido por profissionais com conhecimento, treinamento, habilidade e experiência em reanimação neonatal. Estima-se que o emprego adequado de técnicas de reanimação reduza em 5 a 20% os óbitos de bebês ao nascer. É importante lembrar que procedimentos como intubação traqueal e a prescrição de medicações só podem ser realizados por profissional médico.

É importante contar com pediatra para o atendimento do meu bebê?
A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda a presença do Pediatra em todo nascimento porque ele é o profissional médico com a melhor formação técnica para o atendimento do recém-nascido.

Porque todo nascimento é considerado um momento de risco?
O nascimento de um bebê é o momento de maior vulnerabilidade e representa a mais dramática transição fisiológica da vida humana. Em nenhuma outra situação da vida o risco de morte ou lesão cerebral é tão elevado. Um em cada 10 RN precisa de ajuda para iniciar a respiração ao nascer, e quanto maior o tempo para que a respiração seja reestabelecida, maior é o risco de morte e de sequelas neurológicas.

Porque o primeiro minuto de vida é tão importante?
O bebê precisa começar a respirar nos primeiros 60 segundos de vida, considerado o “Minuto de Ouro”. Sabe-se que o risco de morte ou morbidade (doença) aumenta em 16% a cada 30 segundos de demora para iniciar a respiração após o nascimento. Por isso a ventilação é considerada o procedimento mais importante na reanimação do bebê em sala de parto.

E se meu bebê não nascer bem?
Sempre que o bebê não é capaz de iniciar por conta própria a respiração, a equipe responsável por seu atendimento irá ajudá-lo a respirar e, se necessário, executará outros procedimentos de reanimação. Por isso é tão importante nascer em local seguro que possua equipe treinada em reanimação neonatal.

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